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O primeiro rebocador totalmente elétrico contribui fortemente para o envolvimento dos trabalhadores e das primeiras nações na ação climática

Notícias 18 Aug 2023

O primeiro rebocador totalmente elétrico do Canadá, que em breve entrará em operação no país, é um exemplo do que pode ser alcançado quando trabalhadores, povos das primeiras nações e empresas se unem em favor tanto da justiça climática quanto das primeiras nações.

Peter Lahay, Coordenador da Inspetoria da ITF no Canadá, falou à ITF sobre a ação inspiradora do ILWU Local 400 de reunir as partes envolvidas para impulsionar o transporte sustentável e a criação de empregos para a nação Haisla.

“Há uma década, quando o GNL ainda era um boato em Kitimat, a Seção Marítima do ILWU Local 400 percebeu imediatamente que o projeto geraria empregos marítimos e que qualquer trabalho futuro com rebocadores deveria pertencer, acima de tudo, aos marinheiros das Primeiras Nações daquele lugar”, disse Lahay. “Nos empenhamos para garantir que o trabalho chegasse até eles, e fizemos isso com um sentimento de propósito, solidariedade e a crença de que um dano causado a uma pessoa é um dano causado a todos.” “Começamos por reconhecer que os povos das Primeiras Nações foram os primeiros marítimos da costa oeste. Conseguimos uma alteração na seção do nosso estatuto sindical que rege as regras do transporte marítimo. Fomos até a vila de Kitamaat para nos reunirmos com a nação Haisla e conversarmos sobre as próximas etapas do processo de reconciliação. Todo esse trabalho começou antes da Seaspan lançar seu próprio projeto na região — algo de que os nossos membros podem se orgulhar para sempre.”

Esquerda: Bradley Windsor, Christian Cross e Edmund Smith, membros das Primeiras Nações de Haisla e do ILWU Canada Local 400, ao lado de Craig Windsor e Edward Ross (Foto: Craig Windsor). Direita: O Executivo do Sindicato ILWU Canada Local 400 - Ziggy Mangat, Tesoureiro; Jason Woods, Presidente e Peter Lahay, Coordenador da Inspetoria da ITF, estão orgulhosamente em frente ao HaiSea Wamis.

O sindicato iniciou as discussões antes do envolvimento da Seaspan, mas os dois lados chegaram rapidamente às mesmas conclusões: que a nação Haisla deveria ter participação nos negócios dos rebocadores que operam em seu território histórico e que os investimentos no serviço deveriam estar na linha de frente da ação climática.

Após anos de trabalho árduo de todos os envolvidos, o presidente do ILWU Local 400, Jason Woods, e o secretário-tesoureiro, Ziggy Mangat, estiveram presentes no mês passado para dar as boas-vindas ao lançamento do primeiro dos inovadores rebocadores de bateria elétrica livre de emissões da HaiSea. O Haisea Wamis (IMO 9942964), batizado em homenagem a Wamis, o primeiro ancestral que buscou refúgio em Kitamaat, é um rebocador de 28,4 m e 131 toneladas, desenvolvido para atender à nova instalação de exportação do GNL Canada em Kitimat. Sua tripulação é composta por marítimos Haisla e membros do ILWU.

“É com grande prazer que recebemos o HaiSea Wamis em nosso litoral”, disse o presidente do ILWU, Jason Woods. “Mas, mais do que isso, saudamos esse novo começo proporcionado pela parceria entre a Seaspan, as Primeiras Nações e nosso sindicato. Temos orgulho de sermos marítimos, todos nós, orgulho do trabalho que realizamos, da força de nossa solidariedade e do valor de nossa contribuição para nossas famílias, comunidade e país.”

Jacques Kerkhof, presidente do Comitê dos Serviços de Reboque da Federação Europeia dos Trabalhadores em Transportes, comemorou a ação inspiradora do ILWU Canadá: “Tiramos o chapéu para o Local 400, que reconheceu desde o início que o terminal de GNL teria o potencial de gerar muitos empregos marítimos e por reconhecer a competência da nação Haisla. Há uma década, o ILWU iniciou um processo de diálogo com o povo Haisla em Kitamaat, em uma tentativa de garantir que os marinheiros das Primeiras Nações tivessem um trabalho decente e bem remunerado. Parabenizamos o ILWU Canadá e o povo Haisla por conduzirem o mundo em relação à justiça das Primeiras Nações e à ação climática.”

Kerkhof afirmou que, atualmente, o transporte marítimo é responsável por três por cento das emissões de carbono em todo o mundo e que, se quisermos manter o aquecimento global sob controle, o setor precisa abandonar urgentemente os combustíveis convencionais.

“O Haisea Wamis é um ótimo exemplo de como as coisas devem ser feitas. O sindicato, trabalhando de mãos dadas com as comunidades locais e com uma empresa de rebocadores receptiva, nos proporcionou o melhor resultado. O sindicato e a nação Haisla devem estar extremamente orgulhosos do que estão alcançando.”

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