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Marítimos ucranianos caem em golpe de Kharatyan, mas os sindicatos os levam para casa

Notícias 26 Aug 2020

Em 12 de agosto, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Marítimos (MTWTU) da Ucrânia, afiliado à Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes, ajudou 6 marítimos ucranianos a voltar para casa após serem enganados por um conhecido agente de recrutamento falso.

No começo de julho, 20 marítimos ucranianos assinaram contratos de trabalho por meio do agente de recrutamento ucraniano, Artur Kharatyan, fundador da Kharatyan Crew Management, para trabalhar a bordo dos navios MV Arif Kaptan e MV Rachel Borchard. Logo após a assinatura do contrato, Kharatyan transportou os tripulantes para a cidade turca de Karasu, onde eles deveriam embarcar nos navios.

Os marítimos foram enviados para um hotel em Karasu, aguardando o embarque para suas novas viagens. Mas, foi aí que as coisas começaram a ficar suspeitas. Dia após dia, os tripulantes não embarcaram em seus navios. Em vez disso, o agente de recrutamento disse a eles que a troca de tripulação já iria começar – eles teriam que esperar só mais um pouquinho.

Os dias viraram mais de uma semana. Uma semana virou duas. Então, de repente, Artur Kharatyan rompeu o contrato e desligou o telefone.

Os potenciais tripulantes esperaram por dias enquanto o criminoso Kharatyan continuava a prometer que eles iriam embarcar nos navios e iniciar seus contratos. Eles nunca embarcaram.

Sem nenhuma comunicação de Kharatyan e em um porto estrangeiro, agora os problemas dos marítimos ucranianos aumentavam. A acomodação no hotel não foi paga, nem pelos donos do navio nem pelo agente de recrutamento e, depois de um tempo, os marítimos descobriram que tinham acumulado dívidas significativas de hotel e alimentação em Karasu. O dono do hotel confiscou os passaportes deles para garantir que a dívida seria paga. Os marítimos agora estavam presos na Turquia.

O primeiro vice-presidente do MTWTU, Oleg Grygoriuk, disse que antes de realizar viagens para embarcar em um navio, os marítimos devem usar os vários websites gratuitos e aplicativos móveis disponíveis para buscar a localização das embarcações e verificar que o que os agentes de recrutamento e armadores estão dizendo corresponde às informações disponíveis publicamente.

“Nenhum dos marítimos pensou em verificar as embarcações ou sua localização antes de assinar contratos ou viajar para a Turquia. Eles teriam sabido fazer isso se tivessem se aconselhado com o MTWTU”, disse Grygoriuk.
“Mais tarde, quando o problema apareceu, nosso sindicato contatou os proprietários de ambos os navios e descobriu que nenhum deles jamais tinha tido qualquer relação com a Kharatyan Crew Management. Incrivelmente, o MV Arif Kaptan já estava fundeado e fora de operação há três anos!”

Grygoriuk disse que esta não foi a primeira vez que marítimos foram vítimas do “inescrupuloso” Kharatyan.
“Por muitos anos, este vigarista Kharatyan responde a processos penais por extorsão de marítimos e pelo recebimento de propinas”, disse Grygoriuk.

“O pior é que os 20 marítimos ucranianos tiveram que pagar de 1.500 a 7.000 dólares cada um a Kharatyan para celebrar os contratos falsos.”

No início de agosto, 14 dos marítimos voltaram para casa na Ucrânia às suas próprias custas. Os seis restantes não conseguiram pagar as dívidas com acomodação para o dono do hotel e recuperar seus passaportes. Além disso, muitos não tiveram recursos para voltar para casa da Turquia.

“Foi então que o MTWTU pediu ajuda à ITF”, disse o primeiro vice-presidente Grygoriuk.

Oleksandr Dimchev, vice-cônsul ucraniano em Istambul, argumentou com sucesso e ganhou uma redução na dívida da acomodação dos tripulantes.

“Nós imediatamente recuperamos os passaportes dos marítimos, tendo pago as dívidas de acomodação. Foi enviado dinheiro para os tripulantes comprarem alimentos e necessidades básicas e reservamos o próximo voo disponível para casa. Como os tripulantes tinham se preparado para ficar meses no mar, compramos bagagem adicional e garantimos que tivessem traslados do hotel para o aeroporto de Istambul e do aeroporto de Kiev Borispol para Odessa”, disse Grygoriuk.

Até 12 de agosto, os seis marítimos foram levados em segurança de Karasu para Odessa.
“Os marítimos enganados agora pretendem se unir às outras mais de 50 vítimas do agente de recrutamento inescrupuloso Kharatyan para pedir ajuda às autoridades de cumprimento da lei a fim de parar este homem.”
Um dos tripulantes repatriados, capitão Oleg Lunyov, disse que é grato pela assistência da ITF, mas continua decepcionado e zangado com a forma como os marítimos foram explorados por Kharatyan.

“Nossa tripulação realmente queria trabalhar, nós confiamos nas pessoas que nos prometeram trabalho e nos deram esperança nos tempos mais difíceis. Em nome da minha tripulação, infelizmente, enganada, quero expressar meu profundo agradecimento à ITF”, disse ele.

“Vimos o trabalho profissional da equipe da ITF e a ajuda do sindicato ucraniano.”
 

Os marítimos ucranianos agradecem à ITF e ao MTWTU pela assistência e apoio para levá-los para casa após serem enganados por um conhecido agente de recrutamento falso.

O cozinheiro Valeriy Rak, outro marítimo afetado, disse “Para primeira viagem, essa foi uma experiência realmente muito ruim, amarga, mas o que eu posso fazer? Graças à ITF, estamos de volta. Queríamos ganhar algum dinheiro, mas fomos infelizes. É bem difícil encontrar emprego durante este tempo difícil – teríamos pego qualquer emprego.”

“Agradecemos à ITF por ficar ao nosso lado e nos apoiar”, disse Rak.

A história dos tripulantes enganados recebeu ampla publicidade na mídia local ucraniana, trazendo à atenção o problema das falcatruas com os marítimos.

Refletindo sobre o caso, Oleg Grygoriuk do MTWTU disse “Esperamos que sirva como lição para que outros marítimos verifiquem possíveis locais de trabalho – um navio – antes de ir a qualquer lugar ou confiar em intermediários suspeitos”.

“Como sempre – entre em contato com seu sindicato. Não queremos que vocês sejam vítimas ou que tirem vantagem de vocês. Estamos aqui para vocês”, disse Grygoriuk.

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